Zuckerberg na mira: julgamento pode tirar Instagram e WhatsApp da Meta

Postado por Clistenes |

(Imagem: REUTERS/Leah Millis)

O passado voltou a bater à porta de Mark Zuckerberg. Mais de uma década depois de comprar o Instagram e o WhatsApp, a Meta está sendo oficialmente processada pela Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC) — e o desfecho pode obrigar a gigante da tecnologia a se desfazer de duas de suas maiores aquisições.

O julgamento, que começou ontem em Washington, é considerado o maior caso antitruste contra uma big tech nos últimos dez anos. A acusação central: a Meta teria adotado a estratégia “comprar ou enterrar” — adquirindo concorrentes em ascensão para eliminar a competição e garantir domínio do mercado.

Segundo o governo norte-americano, as fusões foram aprovadas na época sem que se compreendesse totalmente o impacto delas no futuro da concorrência e da inovação no setor. Agora, a FTC quer reverter essas decisões e forçar a venda dos aplicativos.

A Meta, por sua vez, argumenta que o ambiente digital é altamente competitivo, citando plataformas como TikTok, YouTube, X (ex-Twitter) e até o iMessage como adversários diretos. A empresa também critica a reavaliação de negócios já concluídos, alegando que isso gera insegurança jurídica para o mercado.

Nos bastidores, o processo ganhou contornos políticos. Zuckerberg, que já teve proximidade com Donald Trump, doou US$ 1 milhão ao governo atual, esteve na Casa Branca e indicou aliados do ex-presidente para o conselho da empresa. Mesmo assim, a FTC — liderada por uma nomeação da era Trump — não poupou a Meta.

Agora, o mundo da tecnologia observa de perto: o desfecho pode redefinir o futuro das grandes plataformas digitais.