Festejo de Neymar prometido a Bolsonaro é proibido pela regra da Fifa


Postado por Clistenes | 25/10/2022

Durante uma live no sábado (22), em campanha pelo apoio à reeleição de Jair Bolsonaro (PL), Neymar prometeu festejar seu primeiro gol na Copa do Mundo do Qatar fazendo o símbolo 22, em alusão ao número do candidato à presidência da República. O gesto, no entanto, é vetado pelas normas da Fifa para o Mundial. Há proibição de manifestação política com exceção de defesa de direitos humanos.

O artigo 33 do regulamento da Copa, em seu parágrafo 3º afirma: “A exibição de mensagem política, religiosa ou pessoa ou slogans de qualquer natureza ou linguagem ou forma por jogadores e oficiais (árbitros e técnicos) é proibido. A regra do futebol, em seu artigo 4º, também tem veto a mensagens políticas religiosas ou pessoais.

“Entendo que caso um jogador realize durante a partida qualquer tipo de gesto que possa ser associado a um governo ou partido político, ele estará sujeito a sofrer um processo disciplinar por parte da Fifa pela desobediência ao regulamento do Mundial que não permite este tipo de atitude”, disse o advogado Eduardo Carlezzo, especialista em direito esportivo.

O advogado Leonardo Andreotti, ex-membro da procuradoria do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) e membro da Academia Nacional de Direito Desportivo, concorda. Segundo ele, todos os regulamentos da Fifa, inclusive o estatuto, estabelecem neutralidade política, o que deve se estender a filiadas como a CBF:

“A Fifa adota como regra geral, em seu Estatuto Social e nos respectivos regulamentos, a neutralidade em termos políticos e religiosos, esperando das Associações Nacionais filiadas o mesmo comportamento em termos regulatórios, chegando a proibir expressamente a promoção de quaisquer ações desta natureza dentro ou nos arredores do estádio, seja antes, durante ou mesmo após a partida que nele seja realizada, podendo ser mitigadas, tendencialmente, apenas aquelas situações em que os temas se relacionem, a título de exemplo, com os Direitos Humanos, cada vez mais adaptáveis (e aplicáveis) ao cenário da indústria do futebol”, disse ele.

Essa exceção para a defesa de Direitos Humanos vale para manifestações como as previstas contra a homofobia por capitães de times europeus. Não é o caso de apoio a um político ou mesmo a rejeição. Ou seja, um protesto contra Bolsonaro ou apoio ao opositor Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também seria vetado.

Na Copa do Mundo, na Rússia-2018, os jogadores Xhaka e Shaquiri, da Suíça, fizeram o símbolo da águia em alusão à bandeira da Albânia em jogo contra a Sérvia. De origem albanesa, os dois respondia a provocação do sérvio Mitrovic. Existe um conflito entre a Sérvia e Albânia. A Fifa puniu os dois jogadores suíços com multas de 10 mil euros.

Caso de fato manifeste apoio a Bolsonaro no jogo, Neymar pode responder pelo mesmo processo disciplinar dos suíços. É improvável, no entanto, que seja suspenso, assim como ocorreu com os jogadores da Suíça, que, por sinal, enfrentará o Brasil na primeira fase da Copa do Qatar.

Por Rodrigo Mattos – Uol

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