Especialista dá dicas de como reconhecer o vício em drogas


Postado por Clistenes | 02/12/2022

Addictive substances, including alcohol, cigarettes and drugs.

O uso de drogas pelo mundo se intensificou muito principalmente durante a pandemia. Segundo o Relatório Mundial sobre Drogas 2022 realizado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), cerca de 284 milhões de pessoas – na faixa etária entre 15 e 64 anos – usaram drogas em 2020, 26% a mais do que dez anos antes. Além disso, estima-se que 11,2 milhões de pessoas no mundo estavam injetando drogas em 2020. Os jovens são o principal público que utilizam algumas drogas, incluindo maconha, crack, álcool ou injetável (como heroína). 

O aumento exagerado no consumo destas substâncias tem chamado a atenção dos especialistas. O Médico Psiquiatra Daniel Pereira de Mesquita, do Centro Vida de Araricá, afirma que são diversos fatores emocionais que podem levar aos transtornos: “a dependência química não afeta somente o próprio doente, mas também aqueles de sua convivência. Portanto, problemas financeiros são comuns, degradação física (perda de peso, problemas dentários), rompimento de relacionamentos de todo o tipo, desemprego, abandono acadêmico e, até mesmo, problemas com a justiça”.

O Centro Vida de Araricá é uma clínica de reabilitação de mais de 40 mil metros para homens portadores dos TUS, cujo principal objetivo é apoiar a retomada da vida de forma leve, com o apoio da família e amigos próximos. Tem como base o Método Minnesota (modelo de tratamento que age no combate aos principais mecanismos de defesa da doença, como: negação, racionalização, projeção e orgulho), em conjunto a metodologia dos Alcoólicos Anônimos (AA). Além disso, a clínica é uma das poucas no Rio Grande do Sul que não fazem uso do cigarro durante o tratamento.

“A família tem a falsa ideia de que, com a internação, o problema está resolvido. Porém, eles têm um papel primordial em todo o processo de recuperação. Dependentes químicos precisam ser protegidos e influenciados positivamente por grupos sociais saudáveis. Normalmente, o afastamento é a primeira consequência. No entanto, as famílias precisam se preparar para abordar o dependente químico com maior eficácia. Muitas vezes, algumas ações facilitam a continuidade do comportamento adictivo do dependente. Portanto, sugere-se que busquem ajuda em terapias e grupos de autoajuda como Ar-Anon e Amor Exigente para entenderem o problema e adquirirem empoderamento para a reorganização do sistema familiar”, explica Paulo Henrique Pereira Pacheco, Consultor em Dependência Química do Centro Vida de Araricá.

Os 7 principais sinais de alguém esteja com dependência química, segundo o psiquiatra são: 

  1. Descontrole na vontade de usar a substância.
  2. Aumento na intolerância, crises de abstinência.
  3. Alterações comportamentais.
  4. Isolamento social.
  5. Abandono de atividades cotidianas.
  6. Descontrole financeiro
  7. Negligência consigo mesmo.

A dependência química causa problemas em várias áreas da vida do indivíduo, produzindo todo o tipo de prejuízos, principalmente na saúde mental. Sendo assim, é recorrente um quadro depressivo, anedonia, irritabilidade e revolta com a situação e, além disso, o mecanismo de negação que se manifesta pela não aceitação do problema é muito acentuado. Caso a família ou os amigos observem alguns destes sinais, Pacheco dá dicas importantes para que o tratamento seja feito da maneira correta e até o final.

“Ter em mente que a dependência química é uma doença e que o adicto não tem controle sobre o consumo dessas substâncias e que muitas vezes já perdeu o controle sobre a própria vida. É importante estar sempre próximo para perceber as mudanças de hábitos; ser compreensivo e paciente, levando em consideração a doença, para que o adicto não fique revoltado, pois sabemos que dependendo do caso pode colocar em risco a si próprio e a terceiros. É interessante tentar fazer a pessoa se divertir com coisas simples, para que ele se dê conta que há outras maneiras de viver e de ser feliz; usar palavras positivas, para incentivar a retomada da vida. A mentira e a manipulação fazem parte da doença, estar atento é importante, pois limite, disciplina e transparência são fatores fundamentais para recomeçar” finaliza.

Sobre a empresa

O Centro Vida de Araricá é uma clínica de reabilitação de mais de 40 mil metros para homens portadores de Transtorno por Uso de Substâncias (TUS). Localizada em Araricá (RS), utiliza as metodologias da Minnesota e dos Alcoólicos Anônimos (AA)  durante o tratamento para que os pacientes retomem a vida de forma leve, com o apoio da família e amigos próximos. É uma das únicas clínicas do Rio Grande do Sul que não faz uso de cigarros durante a residência, que conta com internações voluntárias e involuntárias. A clínica está localizada na Estrada Sassá Mutema, 1000, no bairro Emancipação, em Araricá/RS.

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