CPI das Apostas: Virginia Fonseca protagoniza sessão inusitada e divide opiniões no Senado
Postado por Clistenes | 14/05/2025
Com moletom estampado com o rosto da filha, garrafinha rosa da sua marca WePink e uma tentativa inusitada de beber água pelo microfone, a influenciadora Virginia Fonseca virou o centro das atenções durante seu depoimento na CPI das Apostas Esportivas, nesta semana no Senado Federal.
A sessão, que investigava o envolvimento de influenciadores digitais na promoção de sites de apostas online, foi marcada por momentos fora do protocolo, como um pedido de selfie de um senador e o instante em que Virginia tentou beber água pelo microfone achando que era o canudo da garrafa.
O foco da CPI
A Comissão Parlamentar de Inquérito busca apurar se celebridades da internet estariam ajudando a normalizar o vício em jogos de azar, disfarçando-o de oportunidade de lucro fácil para milhões de seguidores. O debate ganhou força após o crescimento vertiginoso de plataformas como Blaze e Esportes da Sorte no Brasil.
Virginia se defende — mas silencia em pontos-chave
Virginia declarou que sempre alertou seu público sobre os riscos envolvidos nas apostas e negou ter lucrado com as perdas dos seus seguidores. No entanto, ao ser questionada sobre os valores recebidos pelos contratos com as plataformas, usou o direito ao silêncio, o que levantou ainda mais questionamentos.
A divisão na comissão
A relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke, não poupou críticas e classificou a prática como um “caixa da desgraça alheia”. Para ela, há um incentivo claro à ruína financeira de pessoas vulneráveis.
Já outros parlamentares preferiram elogiar a trajetória da influenciadora e minimizar os impactos das publicidades. Um dos senadores chegou a dizer que Virginia “gera riqueza”, argumentando que os próprios políticos não teriam moral para julgá-la.
Durante a sessão, a própria influenciadora lançou uma provocação que virou manchete: “Se não pode divulgar, então por que regulamentaram? Que proíbam tudo.”
O impacto das apostas no país
A fala de Virginia ocorre num momento em que os jogos online movimentam cifras bilionárias. Somente no primeiro trimestre deste ano, plataformas de apostas movimentaram entre R$ 20 e R$ 30 bilhões por mês no Brasil. Estima-se que mais de 22 milhões de brasileiros apostaram nos últimos 30 dias, sendo que 42% deles estão endividados e cerca de um terço está desempregado.
Reflexão necessária
A presença de Virginia na CPI escancarou o alcance dos influenciadores digitais e o poder que exercem sobre milhões de pessoas. Ao mesmo tempo, levantou um debate profundo: estamos regulando o suficiente? Ou normalizando o vício em nome do entretenimento e do lucro?
A CPI continua. E o Brasil assiste.
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